segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O Brasil ajudou a criar Israel, por Alexandre Garcia

Fala do presidente Lula (PT) sobre o “genocídio” de Israel em Gaza gera crise diplomática para o Brasil.
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Todo mundo preocupado com um rompimento de relações entre Israel e o Brasil. Porque o presidente Lula defende o Hamas e os palestinos, é contra Israel e chamou Israel de genocida, comparou Israel com a Alemanha de Hitler e o Holocausto.

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Benjamin Netanyahu, que é o líder de Israel, disse que ele “passou a linha vermelha”, foi além, que são palavras vergonhosas e graves. "Banalizou o holocausto e o direito de Israel de se defender”. Irônico, porque quem propiciou a criação de Israel foi um brasileiro, Oswaldo Aranha, presidindo a Assembleia da ONU. Há esse laço.

O presidente Lula disse isso na Etiópia. Antes de ir, ele plantou uma oliveira na embaixada da Palestina no Brasil, na representação da Palestina, e depois perguntou para o embaixador “quando a oliveira vai dar uva”. O embaixador falou em oito anos, eu diria infinito.

Ele e a primeira-dama Janja, foram recebidos no aeroporto do Cairo pelo ministro do turismo. Ele passou o dia todo fazendo turismo. No outro dia, teve um encontro rápido com o general Sissi, que estava mais preocupado em receber Erdogan, presidente da Turquia. Depois, ele foi lá para reunião dos países árabes, em Addis Abeba.

Lula defende Putin, Cuba, Nicarágua e ataca Israel

Lula também defendeu Putin, porque apareceu morto esse opositor na prisão, com hematomas, e estava todo mundo culpando o regime de Putin e Lula fez uma declaração dizendo, "por que essa pressa em acusar alguém? Depois descobrem que não foi e vão ter que pedir desculpas". Ele é um grande defensor de Cuba também.


Tem cubano lutando do lado do Putin. O Wall Street Journal, desse fim de semana, diz que são de 400 a 3 mil cubanos, porque eles estão ganhando US$ 2 mil por mês, em Cuba eles ganham US$ 20 por mês. A mãe de um deles que morreu, foi morto por um drone ucraniano, a mãe do Raibel Palacio, disse que os cubanos vão todos para a morte. E não são só cubanos, cubanos são o maior contingente de mercenários. É gente da República Centro-Africana, da Sérbia, do Nepal e da Síria, porque eles recebem cidadania.

Os Estados Unidos estão com 500 mil cubanos que fugiram dessa maravilha de democracia relativa, que Lula elogia, elogia Maduro também. Maduro agora expulsou, o pessoal está saindo de lá, os observadores do alto secretariado de direitos humanos, que é presidido pela Michele Bachelet, ex-presidente do Chile. Está mandando embora, porque acha que estão se metendo só porque está prendendo os opositores e os candidatos à presidência, tal como o Ortega da Nicarágua.

Psol quer revogar Lei da Anistia de 1979

Lei de anistia. Coisa estranha, o ministro Toffoli, que é um juiz do Supremo, é relator de um pedido de 2014 do PSOL para o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar que é inaplicável a Lei de Anistia. Ele quer criar um debate sobre a lei de anistia de 1979.

Eu acompanhei isso no Palácio do Planalto. Lembro que o ministro Golbery Silva certa vez me disse rindo “o MDB não quer uma anistia ampla, geral e restrita, porque eles têm medo que o Brizola seja anistiado, entre no país e acabe com a oposição”. Ele ria, pois, o Brizola seria anistiado. Chegou aqui, a Ivete Vargas tinha tirado o PTB dele. Ele criou o PDT.

Em 2010, houve uma ação que foi julgada no Supremo a Lei de Anistia. A OAB queria revogar a lei. A OAB que fez o maior movimento em prol da anistia. Toffoli se declarou impedido em 2010. O presidente do Supremo, o ministro Cezar Peluso, passou um “pito” na OAB, dizendo que "era uma consciência tardia e anacrônica".

A ministra Carmen Lúcia deixou uma frase muito importante, não há como julgar o passado aos olhos de hoje. Anistia de 1979, era para pacificar o país. Votaram contra esse pedido da OAB, mantendo a Lei da Anistia: Cármen Lúcia, Peluso, Gilmar Mendes, Ellen Grace, Marco Aurélio, Celso de Mello e votaram contra Lewandowski e Ayres Brito. A Lei da Anistia está fazendo 45 anos. Lá fazia 30 anos.

Olha só o absurdo, porque vai prejudicar exatamente aqueles que eram os guerrilheiros, terroristas, sequestradores, assaltantes de bancos, que eram jovens e que hoje estão com 80 anos no máximo. Se é para pegar o pessoal da chamada repressão, eles já estão com 90, 95 anos, se é que estão vivos. Parece que é para mexer numa brasa pra ver se vem fogo de novo. O ministro Toffoli parece que tá entrando nessa. É um pedido do PSOL, lá de 2014, que apareceu agora.

Leia mais em: Gazeta do Povo

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