sábado, 8 de março de 2025

Defesa de Bolsonaro replica método usado por Zanin na Lava Jato

 

Jair Bolsonaro (ex-presidente da República)

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou estratégias jurídicas semelhantes às usadas por Cristiano Zanin, então advogado de defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato para contestar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado. Em uma petição de 129 páginas enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quinta-feira (6), os advogados de Bolsonaro pediram que o ministro Alexandre de Moraes não julgue o caso, alegando risco de “condenação ideológica”.

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A defesa critica a “fishing expedition” – uma busca especulativa por provas – e cita como precedente o julgamento que anulou as condenações de Lula na Lava Jato, no qual Zanin era seu advogado, sob a alegação de conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e o Ministério Público Federal (MPF). O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, argumenta que Moraes, por ter atuado como juiz instrutor no caso, não poderia participar do julgamento final, pedindo a aplicação da figura do “juiz de garantias”.

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Outro ponto em comum com a defesa de Lula é a crítica ao “document dump” – anexação de um grande volume de páginas à denúncia, dificultando a ampla defesa. Vilardi afirma que as 81 mil páginas do processo contra Bolsonaro carecem de “método, lógica ou organização”, estratégia semelhante à usada na Lava Jato para questionar a validade das provas.

A defesa também questiona a fragilidade das delações premiadas e cita decisões anteriores do STF que limitaram quebras de sigilo para evitar “devassas indiscriminadas” na vida privada dos investigados. Esses argumentos, que ajudaram Lula a se livrar das acusações na Lava Jato, agora são usados para tentar proteger Bolsonaro de uma possível condenação.


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